Por Prof. Tiago Proença
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01 abr., 2019
Todos nós já ouvimos falar de insulina pelo menos uma vez na vida. Praticamente todos relacionam a insulina com diabetes, e isso está totalmente certo. A insulina é um hormônio secretado pelo pâncreas e tem como papel principal a regulação da glicose no sangue. Ela é fundamental para nossa sobrevivência, pois se nossa glicemia sobe ou baixa demais entramos em coma. Para pessoas com diabetes tipo 2, o que acontece é uma resistência à insulina, não permitindo que a glicose seja transportada para dentro das células, isto é, o indivíduo se alimenta, sua glicose sanguínea aumenta, o pâncreas libera a insulina que sinaliza que a glicose deve ser transportada para dentro das células e, por um defeito no sistema, a glicose não é transportada de forma eficiente. Isso faz com que a glicemia se mantenha alta e o pâncreas aumente a síntese de insulina, liberando-a cada vez mais e mais, aumentando a resistência à ela com o passar do tempo. O diabetes é uma doença hereditária, entretanto, pode ser adquirida ao longo da vida. De que forma? Comendo alimentos que aumentem a glicemia. Quais alimentos? Todos aqueles que são à base de carboidratos, principalmente produtos industrializado como: doces, bolos, pães, massas, farináceos em geral (trigo), refrigerantes, sucos de caixinha (principalmente), entre outros. Com essas informações em mãos, temos algumas alternativas: Eliminar de nossas vidas esse produtos. Não sei se é a solução mais plausível já que vivemos na “Carbolândia” e é muito difícil não darmos umas escapadinhas comendo essas delícias. Entretanto, sem sombra de dúvidas, seria a melhor alternativa Ingerir, esporadicamente, alguns desses produtos. Agora pense na palavra “esporadicamente”. O significado dessa palavra no dicionário significa: que se desenvolve de maneira casual, irregular, poucas vezes ou em alguns casos. Isso quer dizer que “todos os dias, mas só uma vez por dia”, não é esporádico. Não deixar de comer nada disso, já que é um dos prazeres da vida e não comer seria um sofrimento sem fim. É fato que o consumo indiscriminado desses produtos pode causar diabetes, pois o açúcar no sangue se mantém sempre alto e, por esse motivo, todo aquele mecanismo que citei anteriormente ocorre. A decisão de correr ou não esse risco é individual. Alguns podem falar: “mas eu nunca mais vou poder comer meu pãozinho no café da manhã?”. A resposta parte de 3 perguntas: Você é pré diabético ou tem histórico familiar de diabetes? Não? Então coma esporadicamente. Diria que duas refeições por semana. Quanto ao açúcar, diria que evite o máximo possível. Esse é o verdadeiro vilão! Você é pré diabético ou tem histórico familiar de diabetes? Sim? Então evite ao máximo tudo isso, mas não se culpe caso caia na tentação uma vez na semana. O mais importante é ter consciência que no seu caso o “dizer não” é uma terapia, um tipo de medicamento que te protege de uma futura doença. Você é diabético? Sim? Então você não pode consumir esses produtos. Ponto final. Sei que isso parece duro demais, porém você tem uma doença que pode te levar à morte e você sabe disso. Conforme o site www.brasil.gov.br , no Brasil, quase 9% da população é diabética e o crescimento nos últimos 10 anos foi de 61,8%. Muito desse crescimento ocorre pelo sedentarismo e pela falta de informação e conhecimento sobre o assunto. Uma analogia interessante é: se alguém é fumante e foi diagnosticado com câncer de pulmão, o tratamento inicia com o simples ato de parar de fumar. Fumar somente dois cigarros por dia, ao invés de uma masso, não vai te salvar. O que tem que ser feito é parar de fumar de uma vez por todas. Lembre também que carboidratos podem ser encontrados em verduras, legumes e vários outros alimentos que são considerados comida de verdade. Você tem opções. É só parar, raciocinar e decidir. Agora que lembramos de que forma a insulina atua nos diabéticos, que é onde mais ouvimos falar sobre esse hormônio, temos que entender que além de ser muito importante na sinalização para o transporte da glicose sanguínea para dentro das células do nosso corpo, também temos que saber como ele atua na manutenção do nosso tecido adiposo (gordura corporal). Quando falamos em fisiologia e bioquímica, o que assusta são centenas de nomes de compostos que atuam em nosso organismo. Vou tentar, aqui, simplificar e deixar essa explicação bem simples para que todos que não são da área da saúde, entendam como a insulina age em nosso organismo, nos ajudando na manutenção da glicemia e, ao mesmo tempo nos prejudicando quando o assunto é emagrecimento . A insulina, além de regular a glicose no sangue , ela também tem outras funções importantes, tais como: reduzir o açúcar no sangue, sinalizando para ocorrer o transporte da glicose para dentro das células; estocar a gordura nas células adiposas, estimulando a síntese de triglicerídeos; manter a gordura dentro das células adiposas, impedindo a enzima responsável pela degradação dos triglicerídeos de funcionar corretamente (enzima HSL – Lipase Hormônio-sensível); inibir a enzima LPL (Lipase Lipoproteica) nos músculos, forçando o uso da glicose como combustível ao invés da gordura; estimular a transformação de glicose em gordura no fígado, aumentando os triglicerídeos no sangue e seu estoque nas células adiposas; estimular a síntese de glicogênio (tipo de fonte de energia localizada nos músculos e fígado); reter sódio e água nos rins. Em resumo, as ações da insulina alteram o equilíbrio do tecido adiposo, acumulando gordura corporal e prejudicando o emagrecimento , além de outros efeitos relacionados à “síndrome metabólica” (uma doença relacionada a outros indicadores, como colesterol, triglicerídeos, pressão arterial, etc). Tenha em mente que o corpo é muito mais complexo do que costumamos imaginar e depende de vários outros hormônios atuando concomitantemente, porém, de forma geral, regular a sua gordura corporal, significa regular seus níveis de insulina . FONTE DE PESQUISA: http://educacaoalimentarweb.blogspot.com/2016/09/enzimas-lpl-e-hsl.html#more http://www.lowcarb-paleo.com.br/2011/12/chave-de-tudo-insulina.html